Um Natal cheio de Magia e Paz
Estamos a poucos dias do Natal e sei que estou muito atrasada nestas aventuras blogianas ... a azáfama tem sido muita e o tempo para construir este blog tem sido pouco. Vamos ver se é desta que começo a escrever e a publicar aqui o que me vai na alma e na mente ...Como prenda de Natal aqui deixo um poema que fiz revelador de algumas experiências que tive, enquanto a vida passava por mim e eu me esquecia de quem era. Espero que estas palavras possam ecoar pela consciência de quem sou e curar aquilo que ainda restar. Esta é a prenda que quero dar a mim mesma e partilhar convosco ...
Aqui vai e não se acanhem de escrever e comentar, se sentirem vontade de o fazer.
Hoje acordei
para mim!
Num lampejo
de clarividência eu percebi
finalmente
quem eu sou e como sou!
AH! Quanta
simplicidade, quanta alegria,
quanta
clareza, quanto Amor.
Num instante
que desceu sobre mim eu vi
a mentira
que enrolava a minha vida
as cenas
tristes e infelizes que me enlearam
os momentos
de pânico e desespero que me acompanharam!
Meu Deus
quanta ilusão, quanta dor, quanta ignorância!
Corri toda a
minha vida atrás de uma verdade inatingível
acreditando
que ela estaria algures ... guardada num altar inacessível
que eu
precisaria de me transcender e tornar-me algo que não cabia neste mundo.
Hoje, eu
tive um momento de luz, onde a simplicidade da verdade sobre mim
me foi
estendida nos braços de um pensamento
que abriu
uma brecha na minha mente ansiosa e confusa!
Um sorriso
escondido iluminou a minha cara
como se o
Amor que me criou me acolhesse de volta a Casa
e eu me
tornasse, de novo, aquilo que sempre fui ... sem saber.
Acordei
quando percebi que o bem e o mal são caras de uma farsa sem sentido
que a guerra
entre mim e ti é inútil e nada resolve
que o Amor
que procurei por todo o lado ... não existe senão em mim...
que o poder
de criar ilusões e nelas mergulhar como se fossem reais, é meu!
Que as
escolhas que pareço fazer são invenções da confusão da minha mente.
Ah! como
estou surpresa e encantada!
Procurei a
Liberdade e ela sempre fugiu de mim
Procurei a
Verdade e a mentira ocupou o seu lugar.
Procurei o
verdadeiro Saber e ele afastou-se de mim ...
Baixei,
finalmente, os braços e rendi-me ao silencio do nada saber.
Nesta quadra
de renascimento, a que chamamos Natal
recebi a
dádiva que me abriu a porta de mim mesma
O meu corpo
explodiu como se as suas células se quisessem evaporar
e a mente
sem palavras aquietou-se para honrar aquele instante mágico.
Era o doce
Canto da Liberdade cujos acordes entoavam na minha consciência
e curavam as
dores internas
que
espreitavam à porta dos becos escuros onde se escondiam.
Uma voz
serena e doce as acolheu
oferecendo o
alívio esperado há milhares de anos.
A Porta de
Liberdade começava a abrir-se e o convite para ela
entoava por
todo o meu corpo e assim, começou a redenção!
Por entre
notas sublimes e cantos suaves eu sentia
uma onda de
Amor que se anunciava e dizia:
EU SOU
LIVRE!
E antes que
eu pudesse perguntar ou questionar
as imagens
da minha vida se soltaram do poço onde eu as meti
e à medida
que passavam por mim eu reconhecia
o que era a
Liberdade!
Entendi ...
como era livre, sem saber!
Quem seria
aquela que agora tudo reconhecia?
Seria eu as
histórias guardadas ou algo que as acolhia e libertava?
Onde estava
aquela que eu pensava fazer parte delas?
E à medida
que eu entoava o doce canto da liberdade
Cada uma que
se livrava da miséria de milénios
me abraçava
em gratidão, perfumando o ar que me envolvia.
E assim, fui
batendo às portas do medo e da culpa, da raiva e do ódio
entoando a
doce melodia que o Amor que me criou me ofereceu.
Enquanto
caminhava pelos escombros das minhas memórias, eu repetia
as palavras que havia recebido. E as portas
foram abrindo ... e abrindo ... e continuam a abrir ...
E assim
continuo, numa viagem de regresso a Mim, a soltar os
acordes, a oferecê-los e a dançar ao som do seu Poder.
E vou
repetindo:
Eu sou Livre
de sofrer o quanto quiser
Eu sou livre
de me esquecer de quem sou
Eu sou livre
de te culpar pela minha dor
Eu sou Livre
de te atacar, para me poupar
Eu sou livre
de ter medo e ali ficar
Eu sou livre
de me julgar e rebaixar
Eu sou livre
de me impedir de viver em Amor
Eu sou livre
de reprimir o que eu não gosto de sentir
Eu sou livre
de te ver como o causador da minha tristeza
Eu sou livre
de te fazer o meu herói
Eu sou livre
de me comparar contigo para ganhar com isso
Eu sou Livre
de te usar para me diminuir
Eu sou Livre
de te dar o Poder para me dominares
Eu sou livre
de olhar para ti como aquele que me deve seja o que for
Eu sou livre
de ter pena de mim
Eu sou livre
de olhar mais por ti do que por mim
Eu sou livre
de dizer sim quando quero dizer-te não.
Eu sou livre
de sentir raiva de mim ou de ti
Eu sou livre
de esconder de mim o que sinto
Eu sou livre
de me fechar na pobreza
Eu sou livre
de te diminuir para que eu colha valor para mim
Eu sou livre
de soltar esta raiva e esta frustração que me consome e que eu calo para não me
assustar
Eu sou livre
de virar a cara para fugir do que eu trago comigo
Eu sou Livre
de te maltratar para me proteger
Eu sou livre
de me tornar dependente de ti
Eu sou livre
de te obrigar a ficar comigo, mesmo quando queres partir.
Eu sou livre
de te enganar com as minhas falinhas mansas
Eu sou livre
de reclamar os meus direitos e fugir da
falta respeito que tenho por mim.
Eu sou livre
de te dar o pódio para que eu te possa atacar
Eu sou livre
de sentir ciúmes de ti por medo de
descobrir o Poder em mim.
Eu sou Livre
de projetar sobre ti as minhas
falhas, medos e culpas.
Eu sou Livre
de te cobrar a aprovação que não dou a mim mesma
Eu sou livre
de ter pena de ti para não sentir a pena de mim mesma
Eu sou livre
de me fazer tua salvadora para não ter que me salvar a mim.
Eu sou livre
de te condicionar para me dar
a ilusão que tenho o Poder sobre ti.
Eu sou livre
de viver na mentira sobre mim e sobre ti
Eu sou Livre
de criar um mundo de miséria e impotência
Eu sou livre
de me dar o papel de coitada e infeliz
Eu sou livre
de acreditar que o mundo me fez aquilo que eu fiz a mim mesma
Eu sou Livre
de acusar os outros da minha fragilidade
Eu sou Livre
de te atacar se me devolveres os meus medos
Eu sou Livre
de me justificar perante ti
Eu sou livre
de me vitimar com o Poder que te dou sobre mim.
Eu sou livre
de viver a fantasia desta ilusão e sou Livre
de acordar deste pesadelo
a que chamo a minha vida.
Eu sou Livre
de te libertar de tudo o que eu pensava que fosses.
Eu sou livre
de reprimir e rejeitar o que o mundo me ensinou
sobre o que é bom e mau e com isso
castrar a minha vida,
limitar as minhas oportunidades e viver os meus sonhos
Sou Livre
para me torturar com as mágoas que teimo em guardar em mim dilacerando o meu corpo, fazendo-me doente, tornando-me gasta e desesperada
Sou livre de
me deixar massacrar pelos media, pelos políticos,
pela sociedade, pelos amigos,
pela família e pelos meus pensamentos acerca deles.
E porque sou
livre para tudo isto e muito mais deixei de me
enganar e reergui-me.
Sacudi a
poeira que deixei acumular em mim, abri mão da
coitada
que vivia em mim, devolvi as
asas ao mundo para que ele possa voar de novo
e prometi a
mim mesma que, desta vez, eu vou lembrar,
a cada
instante, a minha liberdade e responder por ela
perante mim
mesma, no altar da Verdade que vive cá dentro.
A ti, eu te
devolvo as chaves da tua vida
que no
desespero de te conquistar, para enganar a minha dor,
fechei dentro dos meus medos e necessidades!
Agora,
também tu és livre porque eu acordei para mim.
Não mais
precisas de viver para mim,
Não mais precisas de te esquecer de ti, por
mim...
Não mais te
farei entrar para te prender
Não mais te
prometerei o que nunca poderá ser meu.
Que a tua
Liberdade encontre a minha e que juntos
possamos rir
e viver, sem passado e sem futuro
num Instante
que dissolve o tempo
e nos
liberta do que foi, sem o ser
e do que
será, sem nunca ter sido.
Um Bem Haja
pois aqui, hoje, vive-se e deixa-se viver!
Finalmente
em Paz!